terça-feira, 10 de junho de 2008

Grenadines - maio/2008

Deixamos Chaguaramas de madrugada com destino a Grenada, distante umas 70 milhas a Nordeste. Uma navegada muito tranqüila e ensolarada. Tanto que demos uma ajudinha com o motor já que o vento estava bem fraquinho e meio contra.
Chegamos a Prickly Bay no inicio da tarde, ancoramos e fomos direto a imigração e alfândega, em um prediozinho bem simples e simpático dentro de uma marina.
Vale comentar que as maiores e mais movimentadas ilhas do Caribe têm diversos postos de imigração e alfândega distribuídos pelas ancoragens mais freqüentadas. Isso facilita muito quando se chega pelo mar evitando deslocamentos para a cidade, etc. Fomos recebidos muito bem, mas como não tínhamos visto de entrada nossos passaportes foram retidos até que fossemos ao escritório central (na cidade, claro...) para obtenção do visto no dia seguinte. Tudo numa muito boa, só nos solicitaram que não saíssemos daquela ancoragem e até sugeriram o restaurante da marina para já aproveitarmos a estada. O escritório central era muito organizado e em poucos minutos saímos com nossos vistos.

Grenada é conhecida como Spice Island por ser uma grande produtora de temperos, em especial a noz moscada, que está representada na bandeira nacional. O chocolate daqui também é muito bom. “Descoberta” por Colombo em 1498 a ilha foi alvo de disputa entre ingleses e franceses (que dizimaram os nativos caribs) por cerca de 150 anos. Tornou-se independente em 1974 e foi invadida pelos EUA em 1983 após uma série de distúrbios políticos e uma crescente influência cubana. Hoje é uma democracia e tenta reerguer-se economicamente. Tem aproximadamente 100 mil habitantes e o pessoal é muito sorridente e simpático.

Prosseguindo com as boas surpresas encontramos o Elio com seu veleiro Crapun, que havíamos conhecido em Recife durante os preparativos para a regata Recife-Noronha. E daqui a pouco quem entra na baía? O Tutatis, com a Sandra e o Prieto.
Arranjos feitos fomos todos comer uma pizza e colocar o papo em dia. O ponto em comum foram as reclamações do período que todos passamos em Trinidad e o desgaste com a manutenção dos barcos. E, claro, as roubadas que todos passam velejando: panes, muito vento, pouco vento, etc.

Na manhã seguinte fomos juntos ao mercado no centro de St George´s, a capital. Igualzinho as nossas feiras de rua, muito colorido e pitoresco. Compramos um monte de frutas e temperos locais. Aproveitamos para subir uma colina para visitar as ruínas de um forte e avistar a cidade pelo alto. O Prieto chegou lá dizendo que tinha visto uma galinha voando. Nem a Sandra acreditou, mas pelo sim, pelo não fomos lá dar uma olhada na tal penosa voadora. Aí o Prieto fez buuuu, bateu palma, pé, enxotou a galinha e nada da bixinha voar. Compadecido, resolvi ajudar e em instantes a pobre ave se viu perseguida por dois marmanjos resolvidos a contrariar uma das mais básicas leis da natureza: galinha não voa! Bem, pelo menos essa não voou...





A Paula e eu nos aventuramos de bote para conhecer outras baías e pequenas ilhas, que pareciam próximas, mas de bote no marzão tudo fica bem mais longe e molhado. Mas valeu muito, vimos lugares lindos como a Calivigny Island e a volta foi emocionante descendo jacarés com o botinho.



Noutro dia fomos com o Tutatis até uma praia distante chamada La Sagesse e a Sandra ainda preparou um delicioso macarrão na volta. Na praia, reputada como uma das mais bonitas de Grenada, comentamos como estamos mal acostumados com as praias brasileiras. Não é fácil se impressionar depois de ter conhecido nossas praias!
E descobrimos que o Elio também é amigo e colega de Unicamp do Fabio Reis.
Esse Fabio sempre na espreita, como ele mesmo diz...




Saímos de lá e fomos para Carriacou, distante umas 30 milhas de Grenada, mas ainda parte do mesmo país. Chegamos a Tyrrel Bay, o lugar com mais cara de Caribe que havíamos visto até então. Ancorados em três metros de profundidade finalmente nos sentimos recompensados vendo areia, âncora, corrente e a sombra do Pajé no fundo.










Tiramos as bicicletas de seu longo período de descanso e mandamos ver nos pedais. A ilha nos causou uma ótima impressão. Uma delícia pedalar nas estradas bem conservadas, cênicas e sem trânsito. Uma praia mais bonita que a outra, visuais de cartão postal como Paradise Beach, White Island e Sandy Island. Um único pequeno defeitinho é em relação ao abastecimento. Não há supermercados ou coisas do tipo. Então toda comida é comprada em pequenas vendinhas e/ou barracas na rua. Carne fresca? Necas de pitibiribas! O que se acha, às vezes, são umas bandejinhas com carne moída ou frango congelado, sem nenhuma identificação de peso, preço ou data de validade. Peixe fresco, por incrível que pareça, também é difícil. Tem um pessoal que vem de bote até o barco oferecer, mas o preço e a cara do peixe em geral desanimam. E para conseguir peixe em terra tem que se estar na hora certa e no lugar certo - quando chegam os pescadores. Mas nisso os moradores locais são bem melhores que a gente e não conseguimos comprar nenhum. Mas faz parte, antes isso do que trânsito.



E assim ia a vida quando vimos o Crapun e pouco depois o Tutatis chegarem a Tyrrel Bay. No dia seguinte combinamos com o Tutatis irmos pingando de ilha em ilha até Santa Lucia, 120 milhas a nordeste, para de lá começarmos a voltar. Queremos evitar ficar muito ao Norte durante a estação dos furacões. O Elio resolveu ficar por Carriacou mais um pouco.


Demos saída na imigração e alfândega e fomos para Petit Saint Vincent, a menos de 10 milhas. PSV, como é chamada, é uma ilha que o governo de Saint Vincent concedeu a um hotel. Assim, as praias e formações coralíneas são acessíveis a todos, mas para caminhar no interior da ilha só com permissão do hotel. A ilha é mínima, rodeada por praias encantadoras. De lá fomos de bote até Morpion, uma mini-ilha (na realidade um banco de areia convencido) cercada de corais com uma única palhocinha de folhas de coqueiro no meio. Linda, mas só isso, boa para tirar fotografia. Farofeiros que somos rolou uma partidinha de frescobol além do mergulhinho básico.


Mergulhando em PSV o Prieto encontrou uma arapuca abandonada com peixes dentro! Após uma delicada operação de captura o Tutatis pode nos oferecer um jantar com peixinho fresco. Sorte nossa, porque a Sandra é uma cozinheira de mão cheia. E triatleta fissurada num treino. Bobeou, tá nadando ou correndo. Em qualquer lugar, a qualquer hora. Influenciáveis que somos entramos na brincadeira também.


Nosso próximo porto foi Union, outro pulinho de poucas milhas. Navegar por aqui é essa delícia. Sempre tem vento, você sai e chega no mesmo dia. Só tem que tomar cuidado que é recife pra todo lado, fácil dar uma topada. E muitas vezes navegamos vendo o fundo a mais de dez metros de profundidade.


Em Union pudemos abastecer os barcos com mais facilidade. Mas nada de carne fresca.
Lá pusemos as bicicletas para rodar de novo. O casal Tutatis alugou duas bicicletas e nos mandamos pelas estradas sinuosas e íngremes, muito íngremes. Um passeio de pouco mais de duas estafantes horas e demos a volta na ilha. Para celebrar Pajé foi tomar cerveja, Tutatis foi para a banca de frutas.






Saímos na manhã seguinte para Tobago Cays, ali pertinho também. Trata-se de um parque marinho em que a maior atração é o Horseshoe reef, uma formação de coral enorme em formato de ferradura, como diz o nome, e um famosíssimo destino para os cruzeiristas. O lugar realmente é de uma beleza estonteante, merece a fama. Subimos uma pequena colina numa das ilhas e enchemos os olhos e a máquina fotográfica com as trocentas variações de azul que o mar adquire.
Depois mergulhando ficamos ainda mais impressionados com os corais e com os peixes. Aqui no Caribe foi o primeiro lugar em que conseguimos
avistar algo mais do que minúsculos peixinhos de aquário. Vimos peixes maiores e hiper coloridos. Um budião tinha uma boca tão colorida que ficamos alucinados. Todo o contorno da boca era feito por delicadas faixas azuis, amarelas e verdes, tão perfeitas que pareciam meticulosamente pintadas. Um baiacu enorme com dois gigantes olhos esbugalhados ficou nos olhando calmo e simpático, provavelmente divertindo-se com os bichos desajeitados que éramos.
E tive a sorte grande de ver um tubarão passando a poucos metros. Acredite se quiser: não senti medo, pelo contrário, queria te-lo visto por mais tempo. O lugar é tão bonito e harmonioso, não cabia nenhuma sensação negativa. E tudo isso em menos de dois metros de profundidade. Show!



Voltamos satisfeitíssimos para os barcos. Para coroar o dia colocamos a prancha de windsurf na água, uma velejada gloriosa vendo o fundo passar rápido. E vi um tubarão de novo (o mesmo?). O super fotógrafo Prieto conseguiu extrair altas fotos do velho e enferrujado velejador. Deve ser o tal do photoshop...


3 comentários:

  1. Ae casal dos 7 mares!!! Saudades de vcs!!! Este blog só serve para ter ainda mais saudades. Iremos acompanhar e sempre que der iremos mandar umas notícias tb. Bom, a Bruna tá uma coisa de louco, vai fazer 03 anos agora em agosto e tá linda demais. Puxou o pai. Estou morando junto com a Adri num apto no Butantã a quase uma ano e aguardamos a volta de vcs para agendarmos um jantarzinho.
    Agora me conta uma coisa. O Mario tá usando aquela luminária que o Wallace deu no amigo secreto a uns 02 anos atrás?? kkkkkkkk. Eu não esqueci.
    Bom, boa viagem a vcs e mandem sempre notícias, pois estamos aqui sempre sentindo a falta do casal.

    Bjs e se cuidem.

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  2. Irmazinha e Cunha,

    Que lindo o blog! Amei! Está a cara de vocês. Agora Cunha, que performance no Windsurf. Que loucura. Você minha rmazinha, como sempre está linda....Amo você de montão. Obrigada pelo carinho e por estar sempre ao meu lado, mesmo estando tão longe. Hoje sou mais feliz por saber que você me ama também. Beijos e fiquem com Deus. Contem comigo sempre. Amooooooooooooo o "ceis" dois.

    PS. Irmã burra é uma coisa, fiz a postagem lá em baixo!!! Anta... Ninguém merece. Tudo bem copiei e colei aqui de novo. Rs rs rs ....

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  3. Parabéns,o blog ficou lindo!Lindas imagens,grandes aventuras.
    Obrigada filhinha, pelo lindo apto que ganhei,já estou de mudança,e logo que tudo estiver em ordem,darei ao meu genro,a alegria de novamente poder me receber no Caribe,rsrsrsr.
    Bons Ventos os levem,para grandes e maravilhosas aventuras.
    Amo vcs, Mami e sogrita.

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