quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Tahiti - julho/2014

Ainda em Apataki e eis que chega o Plum, trazendo os queridos Enrico e Giulia...os loucos italianos de quem tanto gostamos. Com eles a festa e alegria estão garantidos. Colocamos o papo em dia e nos atualizamos sobre as tatuagens recém feitas nas Marquesas. Plum e Pajé juntos significam caça sub e muita pizza! A vida pode ser simples e boa. Curtimos algumas ancoragens e então saimos juntos rumo ao Tahiti numa velejada gostosa.

Já em Papeete começa o corre corre pra arrumar tudo que se acumulou desde Galapagos. Os meninos vao para as lojinhas náuticas e as meninas marcam encontro no Carrefour, o primeiro supermercado de verdade em muitos meses...ahhhh. Passear pelas prateleiras recheadas é um prazer, mas voltar com os carrinhos lotados pelas calçadas da cidade... isso sim é muuuito divertido. Entre uma manutenção e outra, colocamos a Furia Negra em terra e com a super motoca demos um giro pela ilha e conferimos o pico do kite – Point Venus. Com Enrico, Giulia e Tommy passamos por Teahupoo para admirar a linda e famosa onda da polinésia, sempre um presente para os olhos. Com sorte, consegui uma boa foto do Michel Bourez, fera do surf local, pela cara de feliz do sujeito dá pra entender a paixão pelo esporte, não é?

Julho é quando acontece o Heiva, festival de dança e cultura polinésia. São vários eventos pela cidade, competições esportivas (subir em coqueiros e atirar lanças em cocos, por exemplo) e apresentações de canto e dança tradicionais. É bonito ver que a apesar de toda “modernidade” a cultura polinésia segue firme. O numero de participantes nesses eventos é impressionante, assim como o numero de canoas que saem todas as tardes para o treino. Não é a toa que os caras são grandes.

Num domingão preguiçoso saímos para um mergulhinho rápido nos destroços de um pequeno avião e encerramos o dia com churrasquinho de picanha. Sim, encontramos picanha! Dica do Saravá que aqui está, antes tripulado pelo Marcello e Mari, depois o Marcelo e Maura e agora tem como capitão um outro amigo, o Andre, que não viamos desde 2004. A dupla André e Suzana ganham o título dos mais animados e seduzem a brasileirada perdida pelo Tahiti com a promessa de churrascos e feijoadas.

Enquanto escrevo, acabamos de ganhar um “vin de Bordeaux” appellation controlee. tres fantastic. Ontem ajudamos um casal que havia enroscado sua ancora num naufragio ao lado de onde estamos ancorados. Mario teve que dar alguns mergulhos para safar a ancora e corrente que, por incrível que pareca, havia lacado um cunho do barco afundado. Ele disse ao casal que não precisavam dar o vinho, que tinha sido um prazer ajudar, a melhor recompensa era que tudo havia corrido bem etc mas não teve jeito, ficamos com a garrafa.

Um ossobuco de vitela e polenta para acompanhar o vinho. Tintim.



































sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Fakarava, Apataki e Toau, Tuamotu - junho/14

A vida segue muito boa por aqui, cenário deslumbrante, muito mergulho e uma dieta saudável a base de pamplemousse (a deliciosa toranja daqui), baguete, saucisson e cerveja Hinano. Melhor ainda com a chegada de Val, Adriana e Aninha, Leda e Max trazendo cachaças da terrinha e muita animação na bagagem. Essa viagem, aliás, entrou para o livro dos recordes como sendo a planejada com maior antecedência da história. Em 2012, cremos, a Val nos escreveu dizendo que nos encontraria, onde quer que fosse, em julho de 2014. Dito e feito, eita mulher arretada!

A recompensa por tanto planejamento veio numa semana impecavel. O clima perfeito, calor e sol durante o dia, uma brisinha gostosa pra dormir a noite, vento na medida para as velejadas, agua cristalina e mergulhos maravilhosos.

E por falar em mergulho, essa foi a atração principal da turma, que não perdia uma oportunidade de cair na agua. Max era o primeiro a entrar e último a sair, sempre. E voltava com centenas de fotos e memórias dos tantos peixes e corais. Encontrei alguém tao alucinado pelas fotos dos peixinhos quanto eu, e de volta ao Pajé nos divertíamos comparando as imagens e relembrando como é difícil tirar uma foto do “Picasso”, um danadinho, mascarado, colorido que odeia ser fotografado. Entre uma sessão de mergulho e outra, Max encontrou um tempinho para costurar, com técnicas de alpinista, o encosto de uma cadeira. Ficou show e o Pajé agradece! Contador de tantas boas histórias, só perdia mesmo pra Aninha que colocava a todos nós no chinelo quando o tema era bater-papo. Minha companheira mais assídua na cozinha, falava sobre tudo, a vida, receitas, o universo e tudo mais, e ainda estava a postos para tocar o sino avisando que o rango estava pronto.

Aninha teve seu batismo de mergulho com tubarões e tirou de letra. Demos risadas imaginando com a Adriana quando futuramente um garoto se aproximar dela tentando impressionar e ela responder: olha, eu já mergulhava com tubarões aos 10 anos de idade, e você? Segura essa, malandro.

Num desses bate-papos ao por do sol, abri meu coração, chorei, gritei, reclamei da minha frustração como cozinheira - sou péssima preparando bolos. A mulherada muito parceira e aproveitando que tínhamos a professora Leda a bordo organizou uma aula “como fazer um bolo que não exploda em apenas 10 lições”. Uma farra, cada uma com uma função – Leda na massa, Aninha palpitando a receita, Val na cobertura de chocolate, Adriana garantindo a filmagem épica e eu, tentando não atrapalhar.  Mais um sucesso!

De Fakarava a Toau, ventou bastante e as regateiras Val e Adriana curtiram uma belíssima orça folgada/través. Fomos presenteados com um bom wahoo que o Max rapidamente transformou em sashimi. Proximo destino, Apataki. Revisitamos o Motu Rua Vahine, uma ilhotinha linda de onde tínhamos boas recordações da nossa primeira viagem ao pacifico sul em 2009. Entre um passeio e outro, prestamos nossa homenagem no Tehere.

Mas o tempo passa rápido e lá se foi uma semana. Na saída da turma em Apataki, numa bobeira, um malandro local afanou o nosso telefone, dinheiro e o passaporte. Imagine só... Conseguimos recuperar o passaporte, mas nada do celular e do $, apesar de sabermos quem foi o gatuno e termos ido com a polícia na casa dele. Um atol com apenas 300 pessoas e tem que ter um bandido. Que coisa!

Os amigos se foram, ficaram a saudade e muitas recordações. Pra acalmar a ausência, nos entregamos ao kite...uhuuu! Numa paisagem de tirar o folego, agua rasinha, vendo corais passarem rapidamente por baixo da prancha. Não tem preço.