sábado, 5 de julho de 2014

travessia Galápagos-Marquesas abril 2014

Em Santa Cruz, Galápagos estávamos ancorados próximos ao Guruçá com Fausto e Guta. Conseguimos finalmente conviver um pouco e jogar conversa fora. Paula e Guta trocaram livros, Fausto e eu lorotas em geral, principalmente sobre barcos, peças, manutenção e previsão de tempo.

E logo chegou o trio Fafa, Lulu e Mumu: Fábio, Luiz Bruno e Murilo, nossos grumetes a serem torturados pelas próximas 3 mil milhas até Hiva Oa, nas Ilhas Marquesas. Para amolecerem o coração do capitão -todo resto já está bem mole faz tempo- nos encheram de presentes e mimos. Cachaças, charutos, chocolates, ferramentas, uma caixa de pesca equipadíssima, molinetes, uma lista infindável. A Paula foi agraciada com dois presentes maravilhosos da Gabriela e Jane – uma caixa de bombons super especiais, que foi cruelmente predada pelo Fábio e uma bata extra hiper show que a deixou ainda mais linda. Obrigado meninas, espero que seus queridos tenham aprendido as lições que tão arduamente tentei adestrar nestes náuticos dias.

Fomos a Isabela, a maior ilha de Galápagos. Muito de tudo. Vulcões, lobos marinhos, tubarões, iguanas, tartarugas e pinguins! O trio fez uma saída com um pescador local e voltaram forrados de peixe. Disseram que nunca haviam visto tanto peixe. Atuns, dourados, wahoos. E juntos fizemos um passeio de lancha para um snorkel com tartarugas, tubarões e pinguins, além de um passeio em terra visitando vulcões e crateras abissais.

Mas muitas milhas nos esperavam, as fofas estavam impacientes para navegar e zarpamos. Vento bem fraquinho e demos uma ajudinha com o motor. Mas logo vieram ventão e marzão que nos acompanharam até Hiva Oa. No início vento e mar estavam numa direção aquém de boa e usamos bem pouco pano para reduzir a velocidade e consequente chacoalhação. Depois tudo foi se encaixando e ficando muito agradável. No finalzinho popa rasa e velejamos só com a bujinha, já que nosso balão era muito leve pro ventão.

Uma pequena falha na bomba d’água do gerador me obrigava a sugar a mangueira de admissão todas as vezes que ligávamos o gerador (2 vezes por dia), uma tala da vela grande escapou e claro, o hidráulico do leme continuou com problemas e velejamos com o leme de boreste fixo e somente o leme de bombordo conectado ao piloto automático. 

20 dias de velejada ininterrupta, coisa linda. Seguramente poderíamos ter feito em menos tempo, mas não precisava. Mantivemos um bom ritmo, poupamos o barco e tripulação.

Por falar em tripulação, desconfiamos que algo passa na cabine de proa a boreste. O Sérgio e Freddy ficaram lá e só dormiram. Desta vez foi o Fábio, que, vejam vocês, também só dormiu. Não, minto. Dormiu e comeu. Formigão e puxa-saco, bajulou a Paula até não mais poder, apelidou-a de Sininho etc. e tal, mas o interesse mesmo era pelos chocolates, guloseimas e comidas em geral. Trouxe consigo, ouviu e assistiu um DVD da Paula Fernandes a exaustão, a Paula daqui até decorou algumas músicas e coreografia.

Mumu dedicou-se incansavelmente a pesca, mas infelizmente com pouca sorte. Aliás, todos os barcos com que falamos também pescaram muito pouco. Vai se saber... Cansado de tanto trabalho infrutífero o Murilo deixou a barba crescer, besuntou as caixas de ferramentas e meio barco com WD e instalou os novos alto-falantes que trouxera de presente.

Mas ele queria mesmo é pescar e junto com seu comparsa Fábio pregou uma peça das boas: construiu um peixe artificial com embalagens de leite, uísque e silvertape, ficou impecável. Numa das manhãs começa a gritaria- peguei, peguei e lá está o Murilo trabalhando a linha com visível esforço. Aquela expectativa e... o peixe falso! Cada uma.

O Luiz, gourmet com tendências asiáticas em suas receitas deu grandes contribuições ao cardápio, além de ser o especialista em música e charutos de bordo. Final de tarde, lá estava o LB selecionando o puro do dia, girando um a um cuidadosamente próximo ao ouvido. E todos os dias também proporcionava aos cubanitos elaborados banhos de sol para mantê-los “no jeito”.  

Nos turnos, trabalho dobrado: manter o barco e controlar o Fábio em seus ataques aos doces. Mas ele teve seu dia de gloria, já que completou “mais uma volta ao sol” durante a travessia, data que foi devidamente celebrada.

Grandes contadores de causos, esses três formaram uma excelente tripulação. Sempre bem humorados e dispostos a encarar o que quer que fosse. Nos dias mais calmos jogávamos tranca e king por longas e agradáveis horas.

E a Paula, claro, foi como sempre impecavelmente perfeita. Alimentou o bando com refeições variadas, saudáveis e saborosas apesar da falta de peixes. Apesar do lado masculino da tripulação querer poupa-la dos turnos, não teve conversa, insistiu e fez seus turnos.


Em Hiva Ao alugamos um carro e demos um maravilhoso e cansativo passeio ao redor da ilha, deslumbrante. E lá se foram nossos amiguinhos de volta ao Brasil.



















































































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