Iniciaremos pela novela das coisas quebradas. Finalmente
conseguimos arrumar a máquina de lavar, mas há tanto tempo atrás que a pobre já
quebrou de novo. Agora adotamos uma nova postura: não vamos mais tentar
conserta-la, vamos comprar outra assim que der.
A geladeira está bem encaminhada, conseguimos que a peça chegasse
aqui através de amigos de amigos etc. e tal. Mas não era só a tal peça, parece
que o sensor do termostato também precisa ser trocado. Macacos velhos que
somos, já sabendo que nunca nada é o que vc imagina que é, havíamos pedido
também o sensor. Aha! Ninguém poderia imaginar que fossemos capazes de tamanha
argucia, não? Claro que agora só falta tomar coragem e desmontar a geladeira,
placa fria e trocar o sensor. Aguardem os próximos capítulos. Vamos deixar
claro que em nenhum momento a geladeira deixou de funcionar, muito pelo
contrário, funciona o tempo todo. Ou seja, gasta uma energia desgraçada. O lado
bom é que nossas cervejas nunca foram tão geladas. Hmmm, pensando bem talvez
esteja ai a razão inconsciente da minha falta de pressa em trocar o sensor...
A lista de coisas que quebraram e foram consertadas (ou
ainda não) é enfadonhamente longa. Não vou me prolongar, sei que os poucos que
me leem mal podem esperar pelas fotos da Paula ao final do texto. Mas preciso
contar só mais dois causos: o dessalinizador, que estava vazando. Entrei em
contato com um técnico que disse ser necessário trocar as membranas. USD 900
mais duas trabalhosas e custosas idas e vindas a Panama city depois, o
vazamento continuou. O doce e querido técnico ai disse então que o problema
eram os o`rings (uns aneizinhos de vedação de borracha), mas ele não os
tinha... imaginem como o achei ainda mais doce ao perceber como tinha sido
enrolado. Após frenética, longa e custosa busca por toda Panama city percebemos
que o tal o`ring não existia por aqui. E-mails e ligações ao fabricante, a
encomenda chega com 6 o`rings (precisava 8) e um monte de outras coisas que não
havia pedido. Esta novela está passando desde dezembro. E nesse meio tempo já
desmontei e montei as membranas trocentas vezes, tenho que secar o porão
diariamente e outras mais.
Último causo, prometo. Tenho que contar porque está saindo
quentinho do forno. Existe uma peça (solenoide) que serve pra desligar o motor
– aperta-se um botão no painel e pronto. Pois bem, a do motor de bombordo
pifou. Semanas se passaram comigo entrando no compartimento do motor pra
desliga-lo e tentando conseguir a peça. Ontem finalmente consegui instalar a
nova. Saímos felizes da vida e, ao chegar na próxima ancoragem, apertei o botão
e tremi de prazer quando tudo funcionou. Relaxado, apertei outro botão pra
desligar o outro motor e nada! ---------
censurado----------------------
Ah, nosso computador morreu também! Assim, além da internet
terrivelmente lenta, não tínhamos computador (por isso tanto tempo sem atualizar
o blog). Compramos outro e agora só temos que lidar com um sistema operacional
novo, cheio de falhas e que “dá pau” continuamente.
Ui, é bom desabafar né?
Em compensação todo o resto foi maravilhosamente bem. Muitos
amigos, tempo bom, boas pescarias, boas velejadas e os sempre divinos jantares
preparados pela Paula. O Alex não veio nessas férias porque perfurou o tímpano
na véspera da viagem e não pode embarcar. Fez muita falta.
Ficaremos por San Blas até o final de abril e pretendemos
cruzar o canal do Panama no início de julho, curtir um pouco o oceano Pacifico,
Islas Perlas e outras. Lugares lindos e que estamos ansiosos para voltar a
visitar.
Pronto, nem foi tão ruim assim, foi? Agora, finalmente, as
fotos e texto da Paula. Desfrutem!
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Meu Rubem Fonseca de plantão (não anda tão de plantão assim)
deixou-me encarregada de contar os últimos 5 meses de lorotas. Trabalho que
está exigindo esforço extremo da minha cabecinha senil, já que a memória está
piorando, acompanhando os hormônios que tentam se adaptar à realidade de meus
recém comemorados 40 anos.
Nossa temporada em Guna Yala, como sempre, maravilhosa. Aniversários na companhia dos queridos
Ignacio e Ju, Natal com Carlinha e Alex num animado campeonato de petang na
praia e ceia com direito a coral natalino (de bote) organizado pelos
velejadores.
Muitos e bons amigos vieram nos visitar e o que já era um
paraíso, ficou perfeito! Nabil, Sueli, Neuza, Tania, Juju, Tulio, Jair e
Claudio agitaram o reveillon. Posso falar? (Tulio... essa foi pra vc!) Nos
divertimos pra valer e enriquecemos nosso repertorio de “pérolas” – “pensam que
sou burro, coitado do burro” e afins. As meninas deram um show de moda e
disposição em loooongas horas de natação em mares bravios em busca de acolhedoras
praias de areia branca. E para completar o clima de felicidade e harmonia, uma romântica
serenata foi oferecida ao casal Neuza e Jair... absolutamente inesquecível.
Pra compensar a ausência e a calmaria que ficou depois dessa
turma do barulho, Cacá e Sil. Com esses dois não havia monotonia. Sessões de
dança pela manhã, alongamento, maratona de piadas, discussões censuradas e
impróprias para menores, torneios de “stop” no trampolim, muita risada e bate
papo. Novos e bons amigos que deixaram saudade. O Carlos saiu pra passear numa
ilha e deixou a Silvana preocupada com a demora. Explicamos que o Carlos
poderia estar sendo comido pelos índios, nada grave. O verdadeiro problema viria
depois, a saudade e tristeza do Carlos caso o índio não escrevesse...
Entre uma visita e outra, muito mergulho e velejadas de
kite. Tepa e Monica em sua passagem meteórica, conseguiram encaixar várias sessões
de kite e mergulho no pouquíssimo tempo aqui. A busca incessante pela “cueva de
los gigantes” era a motivação principal dos animados Giulia e Enrico, do Plum,
nossos companheiros de pesca. Giulia, que se apresentou como a doce mocinha que
fazia maravilhosas focaccias, mostrou-se ao final uma pescadora e matadora
implacável! E o que já tava bom ficou ainda melhor com os reforços italianos de
Tata, Pier Giorgio, Tigre, Tigrota e Alan, numa semana de muito wakeboard,
besteirol e maravilhosos jantares.
Giulia e Enrico cruzaram o canal do Panama, deixando
saudade, uma garrafa de grappa (pra alegria do Mario) e a garantia de um
reencontro no Pacifico.
A partida dos pescadores italianos foi amenizada com sucessivas
visitas de pescadores brasileiros: Ricardo, Paolo, Sergio. 3 homens e um desejo:
espetar peixes. Horas e horas dedicadas aos mergulhos renderam uma excelente
seleção de pargos, badejos, olhos-de-boi, olhetes, lagostas, ceros, caranhas e
barracudas. A turma que ficava no barco curtia a espera dos resultados do
mergulho com muita animação. Patrícia, Cida, Wanessa, Marcelo, Ricardo, Felipe
e Henrique, aproveitaram o mar, as praias, os passeios de caiaque e foram
excelente companhia.
Um passeio pelo Rio Sidra em companhia de Eric e Chantal do
catamaran irmão Hokulea, e guiados pela simpática Lisa, uma guna artesã de molas
(o artesanato local) e guia turístico nas horas vagas serviu pra matar a
saudade das belíssimas cachoeiras de Paraty.
Tina, Ana Lucia, Marcello e Sergio nos brindaram com suas
companhias animadíssimas e com algumas garrafas de champagne! Bom papo e muitas
discussões filosóficas, muita alegria, e uma afinidade de causar inveja. A
turma de Goiânia se diverte em qualquer lugar. Demos sorte de que o lugar em
questão foi aqui e assim ganhamos 4 novos amigos e a promessa de um carneiro
assado, na primeira oportunidade de visita ao Brasil. Hummm... deu agua na
boca.
Queremos curtir quietinhos nossa ancoragem preferida e
carinhosamente apelidada de Pajedup... sentiremos saudade dessas praias
de areias branquinhas e aguas de tantas tonalidades de azul. Mas o Pacífico nos
aguarda com muitos lugares pra revisitar e outros mais a descobrir. Sem pressa, o plano e ficar um bom tempo pelas Islas Perlas, conhecidas pela beleza e vida marinha.
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