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Raiatea e Tahaa são duas ilhas que compartilham a mesma barreira de corais e ficam bem ao lado de Huahine - 20 milhas. Saímos pela manhã com um ventinho favorável que, como de praxe, virou contra no final. Os ventos por aqui são muito variáveis, uma surpresa. Esperávamos alísios constantes como o NE brasileiro ou o Caribe, mas aqui nessa época não vimos uma semana inteira com o mesmo vento. Sempre entra uma pauleira ou outra, o mar cresce e o tempo fica encoberto. Por vezes ficamos presos numa ilha uma semana esperando o tempo melhorar para navegarmos até a próxima. Se há chuva ou o céu está encoberto os lugares perdem um pouco da sua beleza, a água não fica com todos aqueles tons e cores. E se o vento está muito forte nos preocupamos com o barco e os passeios em terra são prejudicados.
Nossa estada em Raiatea e Tahaa sofreu um pouco com os fatores acima, não pudemos aproveitar tudo que as ilhas oferecem. Mas alguma coisinha a gente sempre acaba fazendo...
Uma volta por Raiatea nos deixou com os popos dormentes e exaustos, afinal 100 km em cima de uma minimoto são de arrebentar até os fundilhos mais resistentes.
Este doloroso dia valeu pela visita a um Marae (local onde antigamente os polinésios realizavam diversas de suas cerimônias político-religiosas) a beira-mar. Raiatea possui uma grande quantidade destas ruínas por ter sido a ilha dominante nestes cerimoniais. A que visitamos, além de ocupar uma vasta área, está muito bem preservada. Como o local todo é muito bem cuidado e com placas explicativas torna-se um passeio agradável e instrutivo.
A outra aventura foi tirar os barcos (Beduína, Bicho e Pajé) do lugar onde havíamos atracado: um cais publico bem apertadinho. Claro que no dia que queríamos sair entrou um ventão que espremeu todos contra a parede e, com barcos por todo lado, ficou muito difícil manobrar. O bote do Pajé virou rebocador e nos safamos intactos, sem máculas a reputação náutica brasileira.
A previsão de tempo só mostrava ventão, fizemos do limão uma caipirinha: fomos a um motu apropriado e acabamos com nosso jejum kitístico! Desde o Panamá não velejávamos, como pode? Morar a bordo, viver no mar e ficar quase seis meses sem velejar de kite... Não dá pra explicar. Mas as fotos devem mostrar como foram os poucos dias que passamos ancorados em Mahea. Irados!
Mas o vento continuou a aumentar, o tempo fechou e a ancoragem ficou muito desconfortável. Decidimos nos abrigar do outro lado de Tahaa onde ficamos entocados no Pajé, já que nossos sofridos bumbuns não queriam mais saber de passeios de moto. Muita leitura, internet, jantares e jogatinas com os vizinhos Beduínos. Dias a frio com chuva e vento uivando lá fora, acredite se quiser! Inverno, negão...
Dizem que cabeça vazia é morada do diabo, que o ócio é o pai de todos os pecados, etc. Numa segunda-feira chuvosa, enfurnado, tive momentos de indescritível prazer sádico ao enviar para alguns grandes amigos um email intitulado “segunda-feira”, sem nenhum texto, apenas algumas fotos das sessões de surf em Huahine e kite em Mahea. Já que os caras nunca me escrevem nem dão bola, achei justo. Foi o suficiente para responderem com uma rapidez nunca dantes vista. As respostas, sem exceção, continham toda espécie de protestos, xingamentos e palavrões. Bingo! Nada como bons amigos...
Certa manhã o vento deu uma trégua e fomos embora pra Bora Bora (uia, outro trocadilho tão infame que encerro aqui para o seu devido deleite). Em breve, mais afrontas ao bom gosto literário.
Vocês estão realizando um sonho meu, viajar pelas praias mais bonitas do planeta, com toda liberdade. Com certeza voces devem passar muitas dificuldades, mas tenho certeza que tudo isso vale muito a pena.
ResponderExcluirAproveitem e parabéns mais uma vez!!
Beijos,
Leo Nagano.
Querido Cunha e Irmazinha,
ResponderExcluirAdorei como sempre tudo, mas a motinho, é uma graça. Tadinha, fiquei imaginando vocês dois em cima da pobrezinha! Rs rs rs. Cunha fiquei com dó do bumbum de vocês também mas, nada que uma massagem feita pela minha irmazinha não resolva. Agora, o e-mail feito na segunda-feira, foi ideia de genio, nada como uma mente brilhante né cunha?
Amo vcs beijos