quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Moorea - agosto/09
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Enquanto a Paula se esbaldava na noite paulistana e o Ali curtia férias prolongadas devido à gripe porquina, este pobre escriba padecia de saudades excruciantes e solidão extrema.
Nossos amigos do Canela bem que tentaram ajudar me levando ao SandBar, um banco de areia próximo ao passe , onde a água dava pela cintura e diversos barcos freqüentavam em busca de diversão e paixões efêmeras. Na tarde que estive lá diversas donzelas topless encantaram-se com o charme dos gaúchos. Voltei para a segurança do Pajé e fui me apresentar a sempre vigilante ViGislayne, que zelava continuamente pela castidade e bom comportamento do marido da amiga. Sorte minha e desespero do Hugo, pois teve que me agüentar e alimentar diversas vezes.
Sem minha mulher por tantos dias já andava beliscando azulejo e me dediquei à busca do prazer solitário: encarei o fogão e preparei o primeiro arroz da minha vida! Surpreendentemente, ficou bom. Mas terminei o conserto da geladeira, limpei costado, fundo e linha d’água, recoloquei os anodos, consertei e lubrifiquei as bicicletas, escovei o convés, lavei toneladas de roupa, tirei pó, lustrei o chão, arrumei o interior, troquei toalhas e lençóis, deixei o Pajé um brinco, enfim! Nada como um homem moderno, apaixonado, servil e temente para manter o lar em ordem.
Pouco antes de a Paula chegar fiz compras, abasteci a despensa, coloquei champagne na geladeira, preparei sashimi, escovei os dentes, tomei banho, fiz a barba, unha, cabelo, escova, depilação, lipo, lifting, botox, próteses, massageei meu corpinho com óleos revigorantes e essências afrodisíacas, descolei umas flores e fui ao aeroporto esperá-la, olhando pro portão de desembarque que nem cachorro faminto olha pros frangos de padaria. Claro que o vôo atrasou horas...
Chegamos ao Pajé entre beijos e abraços apaixonados trecho suprimido em nome da moral, dos bons costumes e do respeito devido aos nossos amigos, familiares e a sociedade em geral.
Nos dias que se seguiram, entre diversos trechos censurados, resolvemos as questões burocráticas de imigração e alfândega, abastecemos a despensa (agora da maneira certa, sob supervisão da Dona Paula) e fomos com Beduína pra Moorea, a menos de 20 milhas de Papeete. A ilha é uma das maiores do arquipélago com um perímetro de aproximadamente 70 Km e com picos de quase mil metros de altura, vegetação abundante e aquela água azul transparente típica daqui.
Nossa primeira ancoragem foi em pouco mais de dois metros de água, finalmente, fazia séculos que só ancorávamos em lugares fundos. Uma piscina lindíssima, mas sem outros peixes além dos eventuais tubarões. Esquiamos com as pranchas de surf e demos uns mergulhos. Bem ao lado dos barcos havia umas pedras submersas com desenhos esculpidos. Não sabemos como foram parar ali, mas pareciam ser bem recentes. Vai ver alguma atração para turistas.
Nossa próxima ancoragem, deslumbrante, foi em frente aos motus Tiahura e Fareane, depois de zigzaguearmos por um canal estreito e bem raso, quase raspando a quilha no fundo de areia e coral. Apesar de maravilhoso, o local tinha dois inconvenientes: um era a dificuldade de acesso a terra, pois a orla toda está tomada por hotéis e afins e a maioria não permite que se atravesse seus terrenos até a estrada. O outro era que o fundo não era de boa tença (ruim pra ancorar) e entrou um ventão e garramos pela primeira vez. Aí apelamos e colocamos duas âncoras e 50 metros de corrente em 4 metros de profundidade pra poder dormir em paz. Assim, os dias que poderíamos ter velejado de kite foram passados cuidando dos barcos.
Logo ali fica um ponto onde as arraias estão habituadas a serem alimentadas pelos turistas. Levamos vários tipos de comida, mas as danadas são seletivas: só aceitaram peixe fresco, desdenhando atum em lata e pão. Arraias bacanas... De qualquer maneira elas foram muito simpáticas e nos cercaram e esfregaram muito enquanto tínhamos peixe fresco.
Cansados das incomodas rajadas fomos em busca de um pouco de sossego e ancoramos na tranqüila e famosa Cook´s Bay. Mais seguros em relação ao barco demos boas pedaladas e também uma volta de moto pela ilha.
Infelizmente constatamos que não apenas o trecho da ancoragem anterior, mas grande parte do litoral também está escondida atrás de muros e cercas das propriedades privadas. Apesar disso, foi um passeio maravilhoso, com paisagens que enchem os olhos. Os melhores visuais foram os dos mirantes de onde se avista as baías de Opunohu e Cook´s e o de onde se avista Tahiti.
Dias bastante agradáveis, com a companhia de Beduína, Bicho Vermelho e o reencontro com Yvan e Sabrina do Milo One. As conversas giram basicamente sobre quando e para onde vamos durante a estação dos ciclones. Entre as opções: Kiribati, Tonga, Nova Caledônia e Nova Zelândia. Tanta liberdade que a gente fica até indeciso.
Mas nesse meio tempo o mar já melhorou e tomamos uma decisão: por enquanto vamos para Huahine, 80 milhas a oeste. Próximo boletim de lá.
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Fala Galera,
ResponderExcluirAproveitei para por a minha leitura em dia.Parabéns!Como sempre altos textos e fotos maravilhosas.
Abração,
James.
Oi Amiga, oi Mario,
ResponderExcluirjá estou com saudades, foi muito legal nosso encontro aqui em casa com todas as Lalas,a Paula Simi vai mudar para India, are baba...
Beijos e saudades,
Roberta
Que Pajelança!
ResponderExcluirFiquei maravilhado com as fotos (parabéns Paula) e com o texticulo (agora pra Mario).
Bom também ver os Beduínos. Deu vontade de comer pao pao.
Beijos e bons ventos sempre,
Muito legal o passeio por Moorea. Recebi seu recado pelo e-mail do Caio. Até o post de Huahine. Abçs. Beto Vaz.
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