
De Suape até Maceió tivemos outra noite muito tranqüila, apesar de algumas ondas cruzadas nos balançarem bastante. O vento foi aumentando pela manhã e chegamos a Maceió com 20+ nós de vento, em popa rasa, só de genoa e pegando uns bons jacarés. Demoramos também cerca de 16 horas.
A ancoragem em Maceió é bem próxima ao porto, em frente à Federação
Alagoana de Vela e Motor. Ao lado, uma antiga vila de pescadores inchou com a chegada de novos moradores e tornou-se uma comunidade bastante empobrecida, com barracos sem água e esgoto, com aquela aparência desorganizada e feia.

Ficamos obviamente preocupados com a segurança do barco. Mal havíamos ancorado um sujeito numa canoa nos acena indicando uma poita próxima. Gesticulamos que não, mas como o cara insistiu acabamos indo para a tal poita. Amarrações feitas agradecemos, nos apresentamos ao Carlinhos e perguntamos quanto seria a poita, etc. Ele disse que não era nada. Escaldados por situações semelhantes insistimos e nada do homem dizer valores. Bom, como não havia muito que fazer aceitamos uma carona pra terra e fomos cuidar da vida. Achamos que o Carlinhos ia nos dar aquela facada. Mas que nada, o cara era gente fina mesmo: comprou um novo botijão de gás e nos ajudou a trocar, esperou acordado numa madrugada em que voltamos tarde e estava sempre disponível para nos levar e trazer ao Pajé. Em nenhum momento tocou no assunto dinheiro, mas claro que deixamos uma merecida caixinha em nossa saída. Ficamos a vontade para circular inclusive a noite no meio dos barracos. Nos sentimos acolhidos e tranqüilos no meio daquela bagunça toda. Mais uma boa lição sobre como o infeliz preconceito nos limita.




Ficamos obviamente preocupados com a segurança do barco. Mal havíamos ancorado um sujeito numa canoa nos acena indicando uma poita próxima. Gesticulamos que não, mas como o cara insistiu acabamos indo para a tal poita. Amarrações feitas agradecemos, nos apresentamos ao Carlinhos e perguntamos quanto seria a poita, etc. Ele disse que não era nada. Escaldados por situações semelhantes insistimos e nada do homem dizer valores. Bom, como não havia muito que fazer aceitamos uma carona pra terra e fomos cuidar da vida. Achamos que o Carlinhos ia nos dar aquela facada. Mas que nada, o cara era gente fina mesmo: comprou um novo botijão de gás e nos ajudou a trocar, esperou acordado numa madrugada em que voltamos tarde e estava sempre disponível para nos levar e trazer ao Pajé. Em nenhum momento tocou no assunto dinheiro, mas claro que deixamos uma merecida caixinha em nossa saída. Ficamos a vontade para circular inclusive a noite no meio dos barracos. Nos sentimos acolhidos e tranqüilos no meio daquela bagunça toda. Mais uma boa lição sobre como o infeliz preconceito nos limita.




Fizemos longas caminhadas regadas a água de coco pela orla e praias de Jaraguá, Pajuçara, Ponta Verde e Jatiúca. Fomos de táxi-lotação a Barra de São Miguel, um lugar lindo. Aliás, nem sei se esse negócio de táxi-lotação é um fenômeno exclusivamente nordestino. Por aqui alguns táxis pegam diversos passageiros ao mesmo tempo e cobram o mesmo preço ou um pouco mais do que os ônibus. Assim, fazer de táxi o trecho da Barra de São Miguel até Maceió, cerca de 30 km, nos custou 3 reais por pessoa. Parece um bom negócio, não é?

— “Não é vaidade não, é que eu trabalho com isso”.

Bom, o Michel Carlos era intérprete, cover e fã incondicional do Rei. Sabia tudo da vida do cara - data de aniversário, vida pessoal, falas, shows, tudo! Também gostamos das músicas do Roberto Carlos e estava armada a festa. Fomos passeando pelo lindo cenário que liga Barra de São Miguel a Maceió ao som de Michel Carlos interpretando o Rei. Filmamos. Outra passageira que calhou de estar lá desacreditou no que via. Fotografamos uma placa que continha tantos erros que poderia concorrer ao Guinness. A coisa toda estava tão gostosa que o Michel nos levou além do ponto combinado e ainda nos deu um CD autografado de presente! Demais!

Mas ainda não foi dessa vez... Acho que dei uma bobeada na montagem das engrenagens e ele só corrigia o rumo para um lado. Como adoramos velejar, mas não a ponto de ficar navegando em círculos indefinidamente, resolvemos desativá-lo e voltar ao piloto automático eletrônico.
Estávamos os dois na popa entretidos nessa tarefa quando vimos um pequeno barco de pesca passando a poucos, muito poucos metros. Santa displicência Batman! Dois idiotas navegando sem olhar pra frente. Passamos raspando nos pescadores ancorados. Acenamos uns aos outros como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, mas aqueles caras devem ter passado uns bons minutos preocupados vendo a proa do Pajé se aproximando. Por nosso lado ficamos envergonhados e reaprendemos a lição. Não dá pra bobear.


E além de trânsito o mar também tem edificações. Passamos por algumas plataformas e ficamos impressionados com o som das chamas que saiam de uma chaminé. Imagine trabalhar sobre um barril explosivo com aquele barulho de maçarico gigante noite e dia.

E funciona mesmo. A Paula estava cochilando no meu colo e foi acordada com o pulo que eu dei ao sentir o tranco na linha.
Que peixão! Uma cavala de mais de metro. O maior peixe que já pesquei. Lindo. Passei um bom tempo limpando, preparando filés e postas. Depois nos fartamos de sashimi. À noite a Paula preparou um assado com batatas, cebolas e tomates. Demos grandes postas ao pessoal da marina em Salvador quando chegamos e ainda rendeu uma moqueca divina.

Chegamos a Salvador de manhã cedinho e fomos ao CENAB, em frente ao mercado modelo, onde normalmente ficamos. Lá estava lotado por conta da regata Transat Jacques Vabre que cruza o Atlântico entre a França e o Brasil. Barcos super arrojados como o trimarã Groupama, vencedor deste ano, ocupavam todas as vagas. Pena que não pudemos ficar por lá e curtir esses barcos um pouquinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário