quinta-feira, 27 de maio de 2010

Caribe II, o retorno

Após um longo e, muito provavelmente, apreciado intervalo na atualização do blog, eis que retornamos, chatos como sempre.

Claro que tão prolongada ausência tem uma explicação, mas ela também é prolongada e chata, assim vou tentar resumir da melhor maneira possível:

O Alex voltou ao Brasil, a sogra delicia veio a N. Zelândia, passeou bastante e também se foi.

Ficamos Ana Paula e eu pensando na vida e no que fazer em seguida. Chegamos a conclusão que adoramos morar a bordo e gostaríamos de continuar fazendo isso ainda por muito tempo. Óbvio, o dindin para tanto era, e é, parte importante das considerações.

Analisamos varias alternativas, pesquisamos, discutimos, investigamos, fomos entrevistados, conversamos, negociamos e estamos de volta ao Caribe, parte II, a missão, o retorno, chame do que quiser. O nosso querido barquinho ficou na N. Zelândia e viemos os dois tripular um catamaran aqui pelo Caribe.

Esta história toda tomou os últimos meses, quando a heroína Paula conseguiu preparar tudo sozinha para deixar o barco no seco na NZ e despachar nossas tralhas de um oceano ao outro. Digo sozinha porque eu não estava lá. Fiquei no Caribe me adaptando novamente ao sol forte, calor e as cervejas geladas.

É preciso se tomar muito cuidado, afinal esse choque térmico entre sol forte e cerveja gelada é reconhecidamente perigoso. Muitos relacionamentos foram por terra pela incapacidade dos casais em lidarem com a imperiosa compulsão masculina por consumir enormes quantidades de cerveja quando necessário. A discussão sempre gira em torno do que é realmente necessário, frequência, e outros detalhes de somenos importância.

Mas a Paula, mulher máxima que é, entende isso perfeitamente e cuidou de tudo enquanto eu sofria ao sol do Caribe.

E ela não estava realmente sozinha, já que os infatigáveis Marcelo e Maura estão na NZ e a ajudaram demais, mais uma vez. E mais uma vez, muito obrigado!

Sei que sou repetitivo, mas nossos amigos também o são! São cada vez mais amigos e nos deixam encabulados com tanta ajuda. Invadimos a casa do Caco em Miami, infernizamos a Pil e o Ricardo em SP, abusamos da Gi, Hugo e Talita, enfim, demos trabalho pra todo mundo.

Como aprendi a dizer: amigos, obrigado. Não tenho palavras (nem dinheiro) para agradecer.

Junto com o trabalho todo tivemos a sorte de reencontrar no Caribe grandes amigos: o Planckton com o Fabio, Cecilia e o nosso grande novo amigo Igor, o Santa Paz com o Lucas, Sandra, Clara e Juju, o Paulo do Ubatuba, Roni do Luar e de quebra ainda conhecemos o Casulo com o João, Solange, Marina e Luana, Ephemeros com Nelson, Celia, Eduardo e Aline.

Muita gente legal! E nesse período em que estive longe da Paula, triste e desamparado, fui adotado pela turma que me ajudou alem do razoável. As coisas foram acontecendo e de repente me vi sem a Paula, sem roupas, sem lenço e nem documento. Mas com amigos.

A Solange e o João, alem de me alimentarem, me deram roupas! Peguei emprestado uma sunga do Lucas... bom, enfim, abusei de todo mundo.

Mas agora, depois dessa fase de carência e carestia, minha amada chegou da NZ e tudo está melhor.

Estamos trabalhando bastante, barco no seco, trocando e instalando equipamentos. Aquela correria entre lojas, técnicos, marinas, etc. Sujos de pó e graxa o dia todo. Uma lista enorme de coisas para aprontar.

Uma das coisas que aprendemos: não importa se é novo ou velho, plástico ou metal, grande ou pequeno, monocasco ou multicasco, vela ou motor, um barco sempre quebra. Muito!

Então estamos aqui em St Maarten arrumando mais um barco. A Paula, óbvio, está adorando.

Afinal ela é quase perfeita, só tem um defeito: não sabe escolher marido!

A temporada dos furacões está muito próxima e também a chegada do super sagui para suas férias, acompanhado pelo Wilson, João e famílias. Na programação muito kite, romance com as amadas e bagunça com a molecada.

Pajé por aí, positivo e operante! Inté.




Nova Zelandia - mar/10


Enquanto Mario e Alex divertiam-se no Brasil numa comemoração pra lá de animada do aniversário do nosso alemão, as meninas (Paula e a fiel escudeira Iraci) botavam pra quebrar na NZ.

Nos 20 dias de ausência do capitão, conferimos as amarras do bravo Pajé e... rodas pra que te quero! Auckland, Whangarei, KeriKeri, KawaKawa, Paihia, Tutukaka, Sandy Bay, Whangamumu, museus, parques, cachoeiras, cavernas, ovelhinhas coloridas, muita comilança, bate-papo e jogatina.

O Mario até que tenta complicar a vida da sogra e a cada ano escolhe um país ainda mais distante... em vão. A baixinha é incansável, vence qualquer distancia, gasta seu espanhol e inglês (e qualquer outro idioma que for necessário... até cria um novo dialeto se houver oportunidade). E o pior... continua tomando as cachaças do adorado genro!

Uma delicia. Nos divertimos muito nos programas de meninas e visitamos TODAS as lojinhas disponíveis na ilha norte.

Com o retorno do desejado Mario (pela Paula e pela sogra), o que já estava bom ficou ainda melhor. Encostamos o carrão e foi a vez do Pajé fazer a sua parte. Seguimos para a lindíssima Great Barrier e em companhia de Mari e Marcello do Saravá, visitamos a ilha. Visual espetacular e aventura na medida, assim nos despedimos da baixinha, que como sempre, deixou saudade.




sábado, 20 de fevereiro de 2010

Nova Zelândia - fev/10

Como ao final das contas morar a bordo acaba sendo uma espécie de acampamento, resolvemos tentar a forma original: amontoamos barracas, sacos de dormir, pranchas de surf, pipa e toda tralha em nossa valente Toyota e, como ainda sobrava um pequeno espaço, colocamos também os indefectíveis Beduinos e respectiva tralha. Família trapo em férias!


Afinal, apesar de convivermos com Hugo, Gislayne e Talita intensamente pelos últimos 10 meses, ancorados sempre a poucos metros de distância, isso não foi suficiente... Nos esprememos os seis num carro e saímos pela N. Zelândia.
Isso sim é por uma amizade a prova!

A primeira parada foi em Whangarei para um belo mergulho numa cachoeira, que as meninas e o Hugo deixaram passar.
Havia uma corda pendurada num galho e a diversão era a la Tarzan, se lançar o mais alto e longe possível.


Em seguida tivemos um dia bastante frio e diferente pra quem mora em barcos nos trópicos há tanto tempo. Fomos ao SnowPlanet, uma pista indoor de esqui na neve. Passamos o dia lá, dando muitas risadas com os tombos e pastelões. Mas saiu todo mundo esquiando direitinho e com as orelhas congeladas. O preço também foi de congelar os corações.

Em Auckland fomos ao Skytower e jantamos no restaurante rotativo com vista panorâmica da cidade. Lá confirmamos uma suspeita: quem estava comendo consistentemente melhor era o Alex que, por sempre pedir os pratos do kids menu, garantia seu bifinho, macarrão e afins, enquanto nos decepcionávamos com nossos pedidos.

No dia seguinte visitamos o aquário, espetacular com um grande tunel semicilíndrico de acrílico onde os peixes nadam ao lado e sobre você.


Continuando rumo ao sul chegamos em Rotorua, uma área de intensa atividade vulcânica. Ali o magma chega a ficar a menos de dois km da superfície. Visitamos diversos parques com piscinas de lama e água fervendo, lagos multicoloridos devido a presença dos diversos metais, cascatas de águas quentes e geisers impressionantes. Nuvens de vapor por todo lado. O chato era o cheiro...



Fomos a uma apresentação folclórica mas ficamos decepcionados. A que havíamos visto em Aitutaki foi bem melhor. Mas valeu por ver o Hugo dublando um guerreiro maori com a língua de fora.


Outra atração digna de nota foi conhecer as árvores Kauri, gigantescas com circunferências superiores a dez metros e quase extintas, claro.

No caminho de volta paramos em Raglan, uma das mais famosas praias para surf da N. Zelândia, conhecida internacionalmente por suas fantásticas ondas de esquerda. Nosso surfista se atirou sem medo e progrediu muito, pegando várias ondas até a areia. O cara não é fraco não, veja só: já esteve cara a cara com os tubos insanos de Teahupoo e agora se aprimora em Raglan. Quisera eu...


Entrementes, fizemos vários picnics e competíamos Beduina e Pajé para ver quem montava melhor e mais rápido as barracas. Os resultados variaram, mas a nossa barraca era muito mais bonita! Foi muito gostoso acampar com o Ali, montar e desmontar as barracas, jogar cartas a luz de lampião, jantar ao ar livre, explorar e brincar.
A Nova Zelândia é uma grande fazenda. Apesar do turismo ser a principal atividade econômica, a agropecuária ocupa um lugar importante. Muito gado. Tanto que os criadores pagam a Fart tax, ou imposto do pum, devido a grande quantidade de metano exalada pelos bifes enquanto vivos e pastando. Poucos habitantes, muito simpáticos e acolhedores.

Voltamos aos barcos e, como a promiscuidade dos últimos dias não havia sido suficiente, jantamos juntos no Beduina.
Levantamos âncora de Opua e fomos navegando preguiçosamente até Whangarei. Paramos em Deep Water cove, uma baia minúscula onde só cabia o Pajé. Nos aventuramos numa caminhada morro acima e quase pisamos numa colméia. As abelhas não gostaram e botaram eu e o Alex pra correr. A Paula, a distância, ria e fotografava.

Passamos pelo Cape Brett e pelo Hole in the rock, que, adivinhem, é um tremendo buraco na rocha onde alguns barcos de turismo passeiam por dentro.
A ida até a marina de Whangarei foi um pouco tensa, tem que se navegar por mais de quinze milhas rio acima, com diversos trechos onde o canal é muito estreito e raso, e apesar de estarmos com a maré quase cheia passamos com a quilha tocando o lodo por diversas vezes. Atracamos ao lado do Bicho Vermelho. A marina é muito legal, no centro da cidade, com diversos restaurantes e um super playground. Resolvemos deixar o Pajé por aqui para facilitar a vida da Paula enquanto eu voltava ao Brasil com o burugundunzinho, cujas férias chegaram ao fim.

Em São Paulo revi mamãe e alguns bons velhos amigos que tiveram um tempinho pra mim.
O Alex ganhou mais uma festa de aniversário com o primo e foi uma grande farra, com a molecada pulando na chuva torrencial no fim da tarde.

Acompanhei o Ali em suas primeiras velejadas de Optmist na represa, oh emoção! Ele está fazendo o cursinho com o Pera (BL3) e foi duca ver o moleque dar seus primeiros bordos. Ele também já está inscrito no programa do YCSA.
Vamos ver, por enquanto o futebol ainda é a grande paixão, mas quem sabe? Esperança é a última que morre.

Em breve, na Nova Zelândia, terei ao meu dispor o corpinho macio e tentador da sogra delícia, que vai passar uma temporada conosco. Fortes emoções garantidas!