Recapitulando, nosso plano era deixar o barco numa marina em Cartagena, viajar para SP, aproveitar as férias com o Alex e rever amigos e família. Na volta, iríamos tirar o barco da água, pintar o fundo, trocar buchas, resolver o desalinhamento dos lemes, consertar o guincho etc etc etc uma lista enorme que ninguém precisa perder tempo lendo.
Numa fatídica segunda feira, inicio de tarde, fomos à marina deixar o barco já que nosso vôo era terça pela manhã. Manobrando para atracar, tudo indo bem, um dos fulanos da marina joga um cabo na água próximo a nossa popa e não avisa ninguém. Motor engatado+cabo na água= desastre. O tranco foi tão forte que trincou o pé de galinha (não, meu pé está bem, fiquem tranqüilos, o problema foi no suporte do eixo do motor) e começou a entrar água.
Pra resumir a historia, tivemos que subir o barco às pressas e acabamos contratando uma serie de serviços para o estaleiro tocar durante nossa ausência apesar do preço muito superior ao habitual. Não havia alternativa e afinal o que é uma pintinha a mais prum dálmata?!
Em SP foi muito bom. Matar as saudades da família e dos amigos, infelizmente não todos, foi nossa principal ocupação. Fizemos um programa de turista no Rio pro Alex conhecer a cidade maravilhosa, voltamos a SP, acompanhamos alguns jogos de futebol e basquete do atleta, passamos diariamente longas horas no transito e fomos assaltados num semáforo as 7:30 da noite – revolver na cabeça, aquelas coisas. Vida típica de cidade grande.
Voltamos a Cartagena e foi aquele inferno. O estaleiro – Ferroalquimar – conseguiu nos surpreender com sua incompetência. E olha que já estamos escolados em roubadas e decepções. Um monte de coisas ainda por fazer e o resto muito mal feito. Isso porque haviam dito que em 6 a 7 dias tudo estaria terminado. O barco ficou lá 43 dias e nos deparamos com uma calamidade. Ficamos presos mais 20 dias. Entre outras, o barco foi pra água e voltou 3 vezes (hélice montada erroneamente e água entrando pelo selo mecânico). Danificaram a teca do cockpit, os pisos internos, uma lástima. O pior era a cara de boi no pasto que faziam quando reclamávamos... Por favor, nunca, jamais, em hipótese alguma usem este estaleiro. Pronto, fizemos nosso desabafo. Obrigado por oferecer seu ombro amigo nesta hora de dor e desespero.
De volta à água, além de um barco imundo, só tivemos que lidar com geladeira, máquina de lavar e uma luz de navegação solta no tope do mastro. Brincadeira de criança para nossos corações e mentes surrados e exaustos. A máquina de lavar, vejam, só demorou uma semana pra ficar pronta, a solda foi refeita apenas 3 vezes (aliás, o técnico ainda vai ter que voltar pra arrumar um desalinhamentozinho).
O calor aqui é uma coisa inexplicável. Eu que nunca fui fã de shopping centers e afins aqui sou o primeiro a sugerir a Paula uma voltinha por lá. O ar condicionado é m a r a v i l h o s o ! Outra alternativa pra desfrutar ar condicionado é andar de taxi. Tentamos o ônibus de city tour, mas o ar condicionado quebrou e passamos ainda mais calor... hahaha é mole? A gente caiu na gargalhada, desacreditamos! Pão de pobre sempre cai com a manteiga pra baixo mesmo, não tem jeito!