Após uma semana em Horta, as tão aguardadas peças chegaram e, reparos feitos, zarpamos com uma previsão de tempo não muito alentadora, mas fazer o que, não estávamos em cruzeiro e tínhamos datas a cumprir.
Saímos motorando em um mar espelhado e diversas baleias e golfinhos apareceram para uma ultima exibição nas águas açorianas
A partir daí foi só pauleira: o vento foi aumentando, aumentando, aumentando e infelizmente, contra. O barco só queria acelerar e a cada batida que dávamos nas ondas tremia tudo, um barulhão daqueles.
Vela mestra no terceiro rizo e stay sail também reduzida.
E mesmo assim íamos a 7, 8 nós. Muitas ondas conseguiam inundar o cockpit central e uma mais afoita encharcou a todos no cockpit da popa, conseguindo achar umas pequenas vigias abertas e dar um banho daqueles no pessoal que dormia lá dentro! E isso num veleiro com 100 pés, imagine um barco menor...
Um outro superyacht que velejava próximo não quis aliviar, velejava com mais pano e andava a 11 nós, mas não deu outra, arrebentou uma das velas e teve outros danos.
Não tem jeito, com ventão e marzão tem que ir pianinho senão quebra tudo. Claro que o pessoal em regata manda ver, mas aí é outra história, estão querendo bater recordes e quando o barco quebra, há uma equipe em terra para efetuar os reparos (e o patrocinador paga as contas).
Enfim, um trecho bem sofrido e foi um alívio quando o vento começou a baixar para os 30 nós. Passamos por Gibraltar motorando em um lindo dia de sol. Mas o vento foi contra até Palma de Mallorca, onde chegamos debaixo de chuva.
Terminamos nossa transição e passamos o barco formalmente para o Galdo e Andy, a nova tripulação. Muita sorte pra todos!
Foi uma excelente experiencia ter tripulado um veleiro deste porte. Trabalhamos muito, aprendemos muito. Decidimos sair do barco porque as prioridades nesse momento são outras. Assim, nossas cabeças voltaram-se pras férias do Alex, que iríamos encontrar em Curaçao Mas tivemos que passar uns dias em Palma, aguardando a emissão das nossas passagens. Como a Aninha voou do Brasil para encontrar o Felipe, alugamos um carro juntos e fomos “dar uma banda” por lá.
Realmente surpreendente! Um lugar lindo, com vistas espetaculares e penhascos incríveis, estradinhas sinuosas onde a cada curva uma nova paisagem arrancava “ahs” e “ohs” dos dois casais apaixonados, já que Ana e Felipe são recém-casados e a Paula e eu não perdemos oportunidade para mais uma lua-de-mel.
Alem das paisagens, os vinhos regionais foram outra boa surpresa acompanhando a saborosa comida espanhola. Dormimos uma noite num antigo convento transformado em hotel e não valeu a pena: a comida era horrível e as acomodações e camas convidavam mais a penitencia do que a luxúria... Óbvio, tudo virou motivo de boas risadas, já que quando a roubada é inevitável manter o bom humor sempre ajuda.
De lá fomos a Amsterdam, de onde sairia nosso voo. Aproveitamos e ficamos uns dias por la curtindo canais, museus, tulipas e toda aquela atmosfera cosmopolita.
Aqui em Curaçao mais do mesmo: manutenção, manutenção, faxina, faxina . Barco fechado um tempão, já viu. Trabalhamos muito, mas tivemos a agradável companhia do Torres e Eliza e vejam vocês, do Marcelo (Bethoven/Gardian) que chegou no mesmo dia e também sofreu com a mesma rotina de preparar o seu barco e, coitado, ainda teve que me ajudar em um monte de coisas. Nos havíamos encontrado a última vez aqui mesmo, 3 anos atrás e depois no Panamá e Miami, em uma série de incríveis coincidências
E alguns dias atrás, chegaram Alex e Maura, também coincidentemente no mesmo dia. Agora estamos aqui no Pajé em ritmo de férias e aventura, com praia, futebol, polo, frisbee, peteca, frescobol, surfski, jogos mil e até um cineminha 3D!
E com nossos queridos amigos vizinhos, jantares e longas conversas no convés.
Muito bom mesmo estar de volta a nossa vidinha e o melhor de tudo, com o super sagui!