sábado, 20 de fevereiro de 2010

Nova Zelândia - fev/10

Como ao final das contas morar a bordo acaba sendo uma espécie de acampamento, resolvemos tentar a forma original: amontoamos barracas, sacos de dormir, pranchas de surf, pipa e toda tralha em nossa valente Toyota e, como ainda sobrava um pequeno espaço, colocamos também os indefectíveis Beduinos e respectiva tralha. Família trapo em férias!


Afinal, apesar de convivermos com Hugo, Gislayne e Talita intensamente pelos últimos 10 meses, ancorados sempre a poucos metros de distância, isso não foi suficiente... Nos esprememos os seis num carro e saímos pela N. Zelândia.
Isso sim é por uma amizade a prova!

A primeira parada foi em Whangarei para um belo mergulho numa cachoeira, que as meninas e o Hugo deixaram passar.
Havia uma corda pendurada num galho e a diversão era a la Tarzan, se lançar o mais alto e longe possível.


Em seguida tivemos um dia bastante frio e diferente pra quem mora em barcos nos trópicos há tanto tempo. Fomos ao SnowPlanet, uma pista indoor de esqui na neve. Passamos o dia lá, dando muitas risadas com os tombos e pastelões. Mas saiu todo mundo esquiando direitinho e com as orelhas congeladas. O preço também foi de congelar os corações.

Em Auckland fomos ao Skytower e jantamos no restaurante rotativo com vista panorâmica da cidade. Lá confirmamos uma suspeita: quem estava comendo consistentemente melhor era o Alex que, por sempre pedir os pratos do kids menu, garantia seu bifinho, macarrão e afins, enquanto nos decepcionávamos com nossos pedidos.

No dia seguinte visitamos o aquário, espetacular com um grande tunel semicilíndrico de acrílico onde os peixes nadam ao lado e sobre você.


Continuando rumo ao sul chegamos em Rotorua, uma área de intensa atividade vulcânica. Ali o magma chega a ficar a menos de dois km da superfície. Visitamos diversos parques com piscinas de lama e água fervendo, lagos multicoloridos devido a presença dos diversos metais, cascatas de águas quentes e geisers impressionantes. Nuvens de vapor por todo lado. O chato era o cheiro...



Fomos a uma apresentação folclórica mas ficamos decepcionados. A que havíamos visto em Aitutaki foi bem melhor. Mas valeu por ver o Hugo dublando um guerreiro maori com a língua de fora.


Outra atração digna de nota foi conhecer as árvores Kauri, gigantescas com circunferências superiores a dez metros e quase extintas, claro.

No caminho de volta paramos em Raglan, uma das mais famosas praias para surf da N. Zelândia, conhecida internacionalmente por suas fantásticas ondas de esquerda. Nosso surfista se atirou sem medo e progrediu muito, pegando várias ondas até a areia. O cara não é fraco não, veja só: já esteve cara a cara com os tubos insanos de Teahupoo e agora se aprimora em Raglan. Quisera eu...


Entrementes, fizemos vários picnics e competíamos Beduina e Pajé para ver quem montava melhor e mais rápido as barracas. Os resultados variaram, mas a nossa barraca era muito mais bonita! Foi muito gostoso acampar com o Ali, montar e desmontar as barracas, jogar cartas a luz de lampião, jantar ao ar livre, explorar e brincar.
A Nova Zelândia é uma grande fazenda. Apesar do turismo ser a principal atividade econômica, a agropecuária ocupa um lugar importante. Muito gado. Tanto que os criadores pagam a Fart tax, ou imposto do pum, devido a grande quantidade de metano exalada pelos bifes enquanto vivos e pastando. Poucos habitantes, muito simpáticos e acolhedores.

Voltamos aos barcos e, como a promiscuidade dos últimos dias não havia sido suficiente, jantamos juntos no Beduina.
Levantamos âncora de Opua e fomos navegando preguiçosamente até Whangarei. Paramos em Deep Water cove, uma baia minúscula onde só cabia o Pajé. Nos aventuramos numa caminhada morro acima e quase pisamos numa colméia. As abelhas não gostaram e botaram eu e o Alex pra correr. A Paula, a distância, ria e fotografava.

Passamos pelo Cape Brett e pelo Hole in the rock, que, adivinhem, é um tremendo buraco na rocha onde alguns barcos de turismo passeiam por dentro.
A ida até a marina de Whangarei foi um pouco tensa, tem que se navegar por mais de quinze milhas rio acima, com diversos trechos onde o canal é muito estreito e raso, e apesar de estarmos com a maré quase cheia passamos com a quilha tocando o lodo por diversas vezes. Atracamos ao lado do Bicho Vermelho. A marina é muito legal, no centro da cidade, com diversos restaurantes e um super playground. Resolvemos deixar o Pajé por aqui para facilitar a vida da Paula enquanto eu voltava ao Brasil com o burugundunzinho, cujas férias chegaram ao fim.

Em São Paulo revi mamãe e alguns bons velhos amigos que tiveram um tempinho pra mim.
O Alex ganhou mais uma festa de aniversário com o primo e foi uma grande farra, com a molecada pulando na chuva torrencial no fim da tarde.

Acompanhei o Ali em suas primeiras velejadas de Optmist na represa, oh emoção! Ele está fazendo o cursinho com o Pera (BL3) e foi duca ver o moleque dar seus primeiros bordos. Ele também já está inscrito no programa do YCSA.
Vamos ver, por enquanto o futebol ainda é a grande paixão, mas quem sabe? Esperança é a última que morre.

Em breve, na Nova Zelândia, terei ao meu dispor o corpinho macio e tentador da sogra delícia, que vai passar uma temporada conosco. Fortes emoções garantidas!