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Poucos minutos após atracarmos na marina, James e Lorna, (do Mind the Gap, que conhecemos em Abrolhos dois anos atrás) vêm ao Pajé e nos presenteiam com uma legítima cachaça brasileira e alguns limões. Impressionados perguntamos como haviam conseguido a cachaça, já que era de uma marca paraibana que apreciamos muito. Ora, era a mesma garrafa que havíamos lhes dado quando nos separamos no Brasil... Tudo acabou em caipirinhas, desfrutadas com eles e Bel, Bob, Sombra e Cristiano.
Novos amigos? Vários brasileiros estabelecidos por aqui, todos muito simpáticos e fazendo de tudo pra colaborar. Assim que todos os barcos brasileiros chegaram rolou um super churrasco na casa da Patrícia, com direito a cantoria, etc... O Sombra vive emprestando carro e ferramentas pra todo mundo.
Outra de amigos: com Mariana e Marcello fomos a Auckland de ônibus e nos hospedamos na casa da outra Mariana (irmã do Marcello) e do Fabricio. E eles conseguiram nos deixar sem graça com tanta hospitalidade e paciência. Nos levaram pra baixo e pra cima, fizeram churrasco (óbvio) e ainda ajudaram com a compra de um carro e outros itens de primeira necessidade (um kite – o meu praticamente se desfez em Tonga e uma roupa de mergulho 5mm - parece que tem muito peixe por aqui mas a água é gélida). Muita paciência mesmo, sem comentários.
Mais uma de amigos? Tá bom... Freqüentadores assíduos desse blog, nossos vizinhos do Beduína se superaram dessa vez: Gislayne “não aceito não” botou na cabeça que iria nos ajudar na pintura do fundo do Pajé (nossa única atividade ultimamente). Bem, essa mulher está trabalhando enfurecidamente há dias. Lixa, põe massa, pinta, coloca fita, tira fita, sobe em escada... No fim sobrou até pra Talita, que já ganhou seu pincel e rolo também. Pro amigHugo restou nos ajudar a refazer a linha d’água e outras coisitas mais...
Amigos, obrigado! Não tenho palavras (nem dinheiro) para agradecer.
E, claro, obrigado meu amor, que dentro de seu sensual macacão branco, se contorcia no chão para pintar todos os ângulos da quilha do Pajé.
Além disso a Nova Zelândia tem sido muito agradável. Até um carro compramos. Por ser muito barato, fácil e se revender com pouquíssima perda, grande parte dos cruzeiristas faz o mesmo. O processo de transferência dos veículos é de dar pesadelo aos donos de cartório brasileiros, simplicíssimo: o comprador vai a uma agencia dos correios e preenche um (isso mesmo UM) formulário, paga 10 dólares e sai com o carro em seu nome. O vendedor nem precisa ir, envia as informações depois. Seguro? Você liga para um 0800, passa os dados, o numero do cartão de crédito e pronto. Ao término da ligação o seguro já está válido. Pedágio? Diversas placas na estrada avisam que você está entrando numa zona tarifada. Câmeras registram a placa de seu carro, depois você entra na internet e paga.
Até pizza, acreditem vocês, os caras entregam em casa! Não é o máximo?
Esse lugar é tão legal que finalmente meu valor como escritor foi reconhecido. Após anos no anonimato, sofrendo o desprezo da crítica, o escárnio dos amigos e a piedade da família, tive meu momento de fama. De fato, ninguém é profeta em sua própria terra! Agora me agüentem, pois apesar de não passar de um chato no Brasil, fui agraciado com um prêmio aqui na Nova Zelândia. De mero blogeiro a escritor reconhecido, premiado e aclamado internacionalmente. É a glória, é a glória.
Participei de um concurso de “tall stories” (algo como historias exageradas, lendas) sobre a travessia de veleiro até a NZ, promovido pelo iate clube local. Não é que ganhei? Incrível, não?
Agora, quando vocês estiverem lendo o blog não o precisam fazer as escondidas ou envergonhados.
Para seu desespero, que devem estar loucos para ver as fotos da Paula, segue na postagem abaixo (Minerva 25+) a tremenda mentira que contei para ganhar o tal concurso. Perdoem o inglês, que verão, consegue ser ainda pior que o meu português.